Mas há o sol, há a lua
Aqui escuta aqui observa
aqui aguarda
Erma desarmada
escuta os cantos
os incontáveis pássaros
Nem sei o que observa
ela, serva do nada,
olhar frouxo a anotar o
dia
as águas que correm
e as que em minhas costas
escorrem, morrem
Corro do que me arma
do que não me ama,
diz,
desarmada de tudo
o flanco ensangüentado
a anca de égua parada
inobservada
galopando na noite
Observa o ser
o seu, o de cada um
e cala
Mas há o sol, há a lua,
digo,
e essa certeza pode
bastar
Aguarda, escuta, observa
percebe a cada dia uma diferença
na luz