quarta-feira, 4 de setembro de 2013

das coisas concretas em torno

Os outros, por todos os lados outros.
Rostos fora, tudo fora, tudo outro.
Empaco – paro, me empacoto – em meio a tanta
outredade.
Um pacote de mim, fechado e aberto,
 olhando sem parar pedaços
outros a discursar.
Sabe-se lá, sei eu lá
(lá, lá onde se reitera o Outro,
o porquê do outro)
- apenas imagino, sem agir imagino
escuto, vejo, sinto, cheiro
o ouriço que é o outro
no outro
inteiro, ouriço partilhado comigo e com o mundo,
falando desde espinhos.
Ou ou
- ou cedo ou venço
o ouriço em mim
essa coisa outra
a mesma.
E aí, e então, e lá,
em outro tempo,
sacudindo o outro, a veste dele,
avanço, avançaria, avançara
tirando o pó do tempo
no pensamento
obsessão do pensamento.
Com essa coisa outra, essa arma,
avanço, avançaria, avançara
esparramada num não-outro
esparramando
dentro, fora
de mim, de tudo, de cada coisa
dentro, muito dentro
sem sombra,
sem eco
como se fosse só
(como  se aquilo-isso tudo fosse
só)
apenas
esta simples coisa
qualquer uma
das coisas concretas
em torno






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