sexta-feira, 13 de junho de 2014

Mas há o sol, há a lua


Aqui escuta aqui observa
aqui aguarda
Erma desarmada
escuta os  cantos
os incontáveis pássaros
Nem sei o que observa
ela, serva do nada,
olhar frouxo a anotar o dia
as águas que correm
e  as que em minhas costas
escorrem, morrem
Corro do que me arma
do que não me ama,
diz,
desarmada de tudo
o flanco ensangüentado
a anca de égua parada
inobservada
galopando na noite
Observa o ser
o seu, o de cada um
e  cala
Mas há o sol, há a lua,
digo,
e essa certeza pode bastar
Aguarda, escuta, observa
percebe a  cada dia uma diferença

na luz

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